Leia: Juízes 9
Abimeleque era um dos filhos de Gideão e, com a morte do pai, ficou com a ideia fixa de obter o poder total em Israel. Ele queria ser o próximo Juiz. Por isso, com a ajuda do povo de Siquém, matou todos os setenta filhos de seu pai - menos Jotão, o caçula, que conseguiu fugir. Assim, fizeram de Abimeleque o líder do povo. Mas a galera de Siquém acabou se revoltando contra ele, e batalhas sangrentas se seguiram, até que Abimeleque levou uma pedrada na cabeça e morreu.
Quero chamar a sua atenção para duas coisas:
1) A voracidade do desejo de ter poder, que fez Abimeleque matar dezenas de irmãos e, posteriormente, guerrear contra o seu próprio povo. Abimeleque ficou cego pelo poder e destruiu tudo em seu caminho. Ao invés de ajudar o povo contra os povos vizinhos, promoveu uma guerra interna, sangrenta e trágica, que enfraqueceu Israel. E aqui vai uma lição: um novo cargo na empresa, dinheiro, fama, namoro... nada disso deve ser mais importante do que a família ou amigos verdadeiros... porque o final de uma estória em que você usa as pessoas para "subir" é sempre o mesmo - pedrada na cabeça (pense nisso!).
2) O discurso profético de Jotão (7-21), único sobrevivente da chacina promovida por Abimeleque, que mostrou como o povo havia sido ingrato com o seu pai Gideão, que arriscou a vida para salvá-los.
Um Juiz barra-pesada
Leia: Juízes 10-12
Jefté era filho de Gileade com uma prostituta. Por isso, foi expulso da terra pelos seus irmãos e foi morar em Tobe (1-2). Nessa cidade, Jefté se juntou com um pessoal mau-encarado e formou uma "gangue" (3). Mas o mundo dá voltas, e quando Israel passou maus bocados com a dominação amonita, foram procurar Jefté para ser o líder. É claro que ele não aceitou assim de boa, tava magoado, e se fez de difícil. Mas como os israelitas prometeram fazê-lo governador, então ele aceitou a oferta (4-11). Jefté era casca-grossa, mas não era leso: mandou uns mensageiros até o rei de Amom e deu uma baita aula de história, provando com argumentos que aquelas terras eram dos israelitas e que ninguém ia sair dali (12-27). Os amonitas não quiseram nem saber e partiram pra guerra (28). Só que o Espírito Santo estava com Jefté e ele simplesmente detonou os amonitas sem muitos problemas (29; 32-33).
Promessa sem-noção
Sinceramente, eu não entendi porque Jefté prometeu a Deus que sacrificaria uma pessoa. Deus já ia dar a vitória a Jefté de qualquer jeito! E Deus deixou claro que não curtia esse lance de sacrifício humano. Mas deixou claro também que, se você faz uma promessa pra Ele, é bom cumpri-la. Não é pecado não prometer, mas é pecado deixar de cumprir (Deuteronômio 23:22-23). Mas, se prometeu, já era! E o cara prometeu matar a primeira pessoa que saísse de sua casa para cumprimentá-lo. E quem saiu? Sua única filha! A menina foi até resignada, pediu 2 meses pra chorar a própria morte (!!!) e foi sacrificada (34-40).
Condenado pelo sotaque
Esses efraimitas eram muito briguentos mesmo! Pra mim, foram os inventores do "bullying". Já tinham ameaçado o Gideão, que deu uma desguiada de mestre! E agora vinham importunar o coitado do Jefté. Sempre diziam que queriam participar das batalhas (talvez para ficar com os despojos ou a honra), mas na hora do "vamo-vê" não davam as caras e, depois da parada resolvida, vinham tirar satisfação! Aaaah, me poupe né? Ameaçaram queimar a casa do Jefté e tudo! Só que dessa vez ele não foi diplomático como Gideão, afinal, Jefté era barra-pesada, galeroso mesmo. Juntou os homens de Gileade e matou 42 mil efraimitas.
Mas o curioso mesmo era como eles reconheciam quem era inimigo: na passagem do Jordão, mandavam o cara falar a palavra "Chibolete" (que significa "rio"). Era tipo uma senha. Quer passar? Fala a senha? "Chibolete". Beleza, pode passar... Mas se o caboclo dissesse "Sibolete", morria na hora. Isso porque o povo de Efraim tinha um sotaque diferente e não conseguia falar o fonema "ch" (lembra que eles ficaram morando do lado de lá do Jordão? Pois é, talvez essa distância tenha criado diferença na pronúncia das palavras).
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