terça-feira, 22 de março de 2011

Dia 079: Juízes 1-3

Otoniel
Leia: Juízes 1

Otoniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, conquistou a cidade de Quiriate-Sefer e por isso recebeu Acsa, filha de Calebe, como esposa (13). Esse tal de Otoniel era soldado forte e valente, e logo logo será o primeiro Juiz de Israel. Mas, como todo macho, derretia-se por sua esposa. Depois de muito insistir, Acsa conseguiu permissão para pedir ao pai mais terras. Acho engraçada essa parte, no verso 14: quando Acsa desceu do jumento, toda sorridente para falar com o pai, Calebe foi logo perguntando na lata: "O que você quer?" hehehe! Um pai conhece seus filhos, né? E como Calebe também não podia dizer não para Acsa, deu-lhe também fontes de água.

Não vai sair mais ninguém
Leia: Juízes 2 

Você pode perceber no capítulo 1 que os israelitas continuaram a conquista de Canaã. Conseguiram expulsar vários povos daquela terra, mas acabaram fazendo acordos ou escravizando outros (1:27-36). 

Dessa forma, os israelitas desobedeceram ao Senhor, que havia ordenado a destruição dos povos daquele pedaço do planeta. O Anjo do Senhor foi a Boquim (que significa "pranto, choro" ou, ainda, "aqueles que choram") e condenou o povo, dizendo que Israel não iria mais expulsar aquelas tribos que tinham ficado, e que os deuses deles seriam tentações para os israelitas (1-3; 20-23).

Enquanto Josué estava vivo, o pessoal era obediente a Deus. Mas Josué morreu com 110 anos e toda aquela geração também morreu. Esqueceram-se de Deus e passaram a servir a outros deuses (7-13). E então começou a desgraça de Israel, que passou a ser roubado, invadido, escravizado, torturado e vencido... vez após vez (14-15).

O surgimento dos Juízes

Nos versos 16-19, Deus nos fala a respeito do que eram os Juízes. Deus tinha pena dos israelitas, pois sofriam constanemente as pesadas consequências do pecado da idolatria. Por isso, o Senhor levantava na nação um homem forte, a quem era dado o Espírito Santo, que unia o povo e lutava contra os inimigos de Israel, resgatando os exilados e restaurando a confiança do povo em Deus. Porém, no intervalo entre a morte de um líder e o surgimento de outro, os israelitas voltavam a pecar, desagradando a Deus. Israel sempre foi teimoso, e viveu durante séculos nesse "efeito sanfona", indo e voltando para Deus. Quando tudo estava bem, pecavam... quando Deus pesava a Sua mão, retornavam à retidão. Um ciclo vicioso terrível. Todos os livros do Velho Testamento (exceto os livros poéticos), a partir de agora, falarão desses tempos tenebrosos em que os israelitas eram maltratados pelos povos vizinhos, porque haviam se tornado inimigos de Deus (15).

Vizinhança barra-pesada
Leia: Juízes 3

Deus havia deixado alguns povos ainda a serem conquistados pelos israelitas por dois motivos principais: 1) Ensinar as novas gerações a lutar - e assim a valorizar a terra (2); 2) Por o povo à prova para saber se iam obedecer a Deus em tudo (1; 4). O problema é que os israelitas se acomodaram e, ao invés de derrotar os cananeus, se misturaram a eles e cometeram todo tipo de idolatria contra o Senhor (5-7)... Então Deus deixou para sempre esses povos rodeando Israel, a fim de castigá-los.

E você ainda reclama dos seus vizinhos... Dá uma olhada na galera "barra-pesada" que morava perto dos israelitas (3):


Primeiros Juízes

Otoniel, genro de Calebe (aquele mesmo!) foi o primeiro Juiz de Israel. Ele libertou o povo das mãos de Cuchã-Risataim, rei da Mesopotâmia, após 8 anos de domínio. Deus ouviu o pedido de socorro dos israelitas e enviou Otoniel que, cheio do poder do Espírito, guerreou e venceu Cuchã-Ristaim e governou por 40 anos (8-11).

Mas Israel pecou novamente contra Deus e foi dominado por Eglom, rei de Moabe, por dezoito anos (12-14). Então Eúde bolou um plano para libertar o povo. Ele escondeu um terçado (ops! punhal) na roupa. Ao pagar os impostos ao rei Eglom, quis contar-lhe um "segredinho". Eglom, que devia ser muito curioso, mandou os guardas saírem e chegou mais perto. Eúde aproveitou a chance e cravou o punhal de meio-metro na pança de Eglom (que estava muito acima do peso, tanto que a lâmina sumiu dentro dele).

Eu me perguntava antes: "Sim, mas qual é o problema de Eúde ser canhoto? Porque a Biblia faz questão de mencionar isso?" Então relendo a passagem, pensei em uma hipótese que quero compartilhar com você. Acredito que ninguém chegava perto do rei sem ser revistado, mas possivelmente a tal revista era naqueles pontos estratégicos, mais comumente utilizados para se carregar uma espada, como o lado esquerdo da cintura (onde os destros colocavam suas espadas), canelas, mangas da roupa. Na época, Eúde inovou ao amarrar o punhal debaixo da roupa, possivelmente na altura do tórax, do lado direito... local deixado de lado nas revistas e nunca utilizado para o porte de armas (15-23).

Outra curiosidade é que os guardas pensaram que Eglom estava no trono (não o trono do império mesopotâmico, mas outro trono, menos honroso) e por isso não estranharam as portas trancadas e a demora do rei em aparecer (24-25).

Eúde derrotou os moabitas, todos muito fortes, tomando um ponto estratégico no rio Jordão. Depois disso, governou por 80 anos em paz (26-30).

Sangar, filho de Anate, também foi Juiz de Israel. Mas pouco se sabe a respeito dele. O único verso em que é citado (31) afirma que matou sozinho 600 filisteus com um ferrão de tocar bois.



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