domingo, 20 de fevereiro de 2011

Dia 051: Números 21-24

A cobra de bronze

O povo teve que fazer a volta porque os edomitas, descendentes de Esaú, não quiseram deixar os israelitas passarem pelo seu país. E por causa disso, os judeus ficaram injuriados novamente com seus líderes. Eu queria muito fazer as estatísticas das reclamações dos israelitas no deserto. Sabe, pegar o número total, os motivos, os lugares... quem sabe eu não paro uma hora dessas e monto esse gráfico (hehe). Mas vamos esperar o final do livro de Josué pra isso!
Bem, lembre-se de que agora Moisés estava meio que sozinho, já que Miriam e Arão morreram no capítulo anterior... O novo Sumo-Sacerdote era Eleazar (20:28), mas ele não aparece muito na caminhada de Moisés. O esquema é que reclamaram de novo (4-5) e Deus mandou cobras venenosas castigarem aqueles que haviam murmurado contra o líder (6). E como sempre, o povo só se ligou na besteira que fez depois da peia (7). Moisés orou a Deus e Ele mandou que fosse erguida um cobra de bronze, para que todos os que olhassem para ela ficassem curados (8-9)...


Algumas pessoas afirmam que esses versículos mostram a autorização de Deus para a idolatria. Mas isso não é verdade. Veremos no livro de Reis que Ezequias de Judá quebrou a tal serpente, pois os israelitas a usaram para idolatria (2 Reis 18:1-4). Jesus, lá em João 3:14-17, explicou o significado da serpente (por isso a Bíblia é fantástica: vários livros, de vários autores e escritos em várias épocas, compõem um todo coerente). A serpente, na verdade, era um sinal da primeira vinda de Cristo. É uma mensagem que atravessou os séculos e foi deixada para nós: 1) somos atacados pelo pecado, 2) e esse pecado produz morte (assim como as serpentes no deserto). 3) Mas Jesus recebeu em si os meus pecados e 4) foi pendurado numa cruz, para que eu, envenenado pelo mal, 5) fosse curado ao "olhar" para Ele. E esse "olhar" significa CRER...

Balaque e Balaão - Bênção e Maldição

Balaque, rei de Moabe, ficou com muito medo de Israel (22:2-4). Os judeus vinham passando o rodo na região, e só tinham deixado barato para os edomitas (provavelmente uma decisão do líder Moisés, que evitou um conflito aberto com o pessoal de Edom... um recuo estratégico!). Para resolver isso, Balaque teve uma ideia "genial": mandou contratar Balaão, um profeta famoso, que estava dando expediente perto do Eufrates, pra rogar uma praga pra cima dos israelitas (22:5-7).

Esse tal Balaão é um personagem obscuro e não há muita informação sobre o histórico dele. Não dá pra saber se ele era moabita ou caldeu - mas estou convencido de que judeu ele não era! Ao que tudo indica, Balaão tinha mesmo o dom da profecia e conhecia de perto o Deus verdadeiro (22:8-12). O cara até tentou resistir às investidas dos moabitas, mas era ganancioso e usava seu dom em benefício próprio, para enriquecer (2 Pedro 2:15; Judas 11; Apocalipse 2:14).

Acabou cedendo e indo com os moabitas, mas o Anjo do Senhor (visão associada à aparição de Cristo antes dos Evangelhos) se pôs no caminho, barrando a passagem (22:22). E aqui vai uma lição interessante: às vezes alguma coisa que queremos muito acaba complicando, não sai, se enrola, não vai pra frente... reflita se isso está acontecendo porque Deus está no caminho, impedindo você de quebrar a cara lá na frente!

Balaão tentou continuar em frente, batendo na jumenta, que empacou pra não encarar o Anjo... Mas a jumenta abriu a boca e tirou satisfação com seu dono (22:23-30). Lição: se mesmo assim você continuar teimoso e quiser seguir em frente contra a vontade de Deus, beleza, mas até um jumento é mais esperto do que você! Mas Deus permitiu que Balaão seguisse viagem, pois tinha um propósito para tudo aquilo (22:31-35).

Gustav Jäger, de 1836.




A palavra falada tem muito poder, e Balaque queria-porque-queria que Balaão falasse mal de Israel. Balaque sabia que aquela disputa com os judeus estava muito mais no plano espiritual do que no físico. Mas o tiro saiu pela culatra, porque Balaão não conseguia dizer nada contra a vontade do Senhor, e ao invés de amaldiçoar, abençoou Israel três vezes (23:7-12; 18-26; 24:1-19)!


Balaão não conseguiu amaldiçoar Israel, protegida pelo Senhor. Mas usou de outras artimanhas (dê uma olhada e ligue os pontos em Números 25:1-3 e 31:16).